quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Biografias: Girlschool.

Girlschool, 23 de Maio de 1982
Girlschool é uma banda de heavy metal composta inteiramente por mulheres, formada em 1978 como uma evolução da banda Painted Lady de Kim McAuliffe e Enid Williams. Com Kelly Johnson e Denise Dufort, elas foram a primeira versão da banda.

Seu primeiro single foi lançado em dezembro de 1978, entitulado Take It All Away, e ganhou algum tempo na rádio e um espaço no movimento underground britânico. Ian Kilmister, mais conhecido como Lemmy, interessou-se pela banda e pediu que elas fizessem os shows de abertura da turnê do Mötorhead na primavera de 1979. As duas bandas formaram uma parceria que dura até hoje, mais de três décadas depois. Após a turnê, Doug Smith tornou-se empresário da banda e elas entraram na Bronze Records em dezembro do mesmo ano.

O movimento conhecido como New Wave of British Heavy Metal (Nova Onda de Heavy Metal Britânico) ganhou força no começo da década de 1980, e com uma forte parceria e uma gravadora influente, Girlschool entrou com força para ganhar fama e uma boa base. Com Vic Maile como produtor (Led Zeppelin, The Who, Jimi Hendrix) a banda lançou seu primeiro album, entitulado Demolition. O album teve três singles: Emergency, Nothing to Lose, e Race with the Devil. Demolition ficou entre os top 30 do UK Album Chart em Julho de 1980.

No mesmo período, bandas como Judas Priest, Iron Maiden, Mötorhead e Def Leppard tinham seus lançamentos no topo das paradas de sucesso e faziam inúmeras turnês pela Europa. Girlschool juntou-se a esse festival de turnês tanto como ato de suporte e líder, muitas vezes com seus "padrinhos" Mötorhead. As duas bandas foram filmadas juntas para o Rockstage da ATV, e Girlschool estava sempre sobre a mira da mídia, vivendo seu sucesso como a maior banda feminina do Reino Unido. Mas mesmo o currículo cheio e as entrevistas não interromperam as gravações da banda, que lançou o single Yeah Right e logo em seguida começou as gravações para seu segundo album.

Durante a gravação de seu segundo album, o produtor Vic Maile sugeriu que as garotas gravassem algo com Mötorhead, o que resultou no EP Valentine's Day Massacre. Dufort tocou bateria em todas as músicas, porque o baterista Phil Taylor do Mötorhead estava em recuperação. As duas bandas tocaram juntas novamente no Top of the Pops da BBC One, usando o nome Headgirl. O EP ficou em quinto lugar no UK Singles Chart.

O album Hit and Run foi lançado em abril de 1981, seguido do single de mesmo nome. O album ficou em quinto lugar no Reino Unido, atingindo vendas altas também no Canadá e na Nova Zelândia. O sucesso de Girlschool garantiu a elas turnês em estádios com ingressos esgotados, e posições de abertura nas maiores turnês de Black Sabbath e Rush. Sua turnê de 1981 chegou ao pico quando elas ganharam a principal performance em um dos dias do Reading Festival.

Na turnê do início de 1982, Kim McAuliffe sofreu um choque elétrico e correu risco de morte, mas conseguiu se recuperar e completar uma turnê japonesa, shows pela Europa como ato de abertura de Rainbow, e as gravações para um novo album. Mas a maratona de viagens e gravações começou a pesar na banda, com Enid Williams deixando o grupo logo depois do lançamento do EP Wildlife em março de 1982. Por recomendação de Lemmy, Williams foi substituida por Ghislaine Weston, ex-baixista do The Killjoys.

O terceiro album, Screaming Blue Murder, não obteve tanto sucesso como seus precedentes e foi considerado fraco pelos críticos. Girlschool ainda se manteve forte nas performances ao vivo, participando de turnês americanas com Iron Maiden e The Scorpions. As bandas de New Wave of British Heavy Metal estavam tornando-se muito populares nos EUA, e as garotas não tinham nenhuma intenção de ficar fora disso.

Em 1983, quem estava desistindo da banda era a guitarrista Kelly Johnson, cansada não só do trabalho sem folgas mas também da música sendo produzida pela banda. As outras integrantes conseguiram convencê-la a permanecer na banda pela chance de gravar com Noddy Holder e Jim Lea. Os dois iriam inicialmente produzir apenas um single para Girlschool, mas acabaram produzindo o quarto album inteiro. Nesse tempo a música e o visual das garotas mudou para adaptar-se ao visual mais glam dos EUA. O album Play Dirty tem forte influência de teclados, melodias e seu som é muito polido, mas falta a força e agressividade dos discos anteriores.O album não foi bem recebido no Reino Unido, não teve boa publicidade nos EUA, e um show desastroso no Wembley Stadium manchou ainda mais a imagem da banda.

A longa turnê americana de promoção do album teve poucos shows marcantes, esses sendo em suporte de Quiet Riot e Blue Öyster Cult, mas em sua grande parte foi em pequenas casas de eventos e viagens desconfortávels. Isso fez Kelly Johnson deixar a banda antes do fim da turnê, ferindo ainda mais a promoção do album. A perda da líder tanto no visual quanto na música fez a gravadora Bronze Records encerrar o contrato da banda antes de seu quinto album.

 Em 1984, Girlschool estava em busca de uma nova guitarrista, cantora e gravadora, mas elas não abandonaram sua esperança. Cris Bonacci entrou como guitarrista, e Jackie Bodimead foi a nova cantora e tecladista, ambas ex-She. A banda, agora com cinco integrantes, conseguiu um contrato com a PolyGram American (Mercury Records), a mesma gravadora da banda The Runaways nos anos '70. Eles viram na banda a oportunidade de concorrer com artistas como Heart e Lita Ford, e modelaram o som da banda para ser ainda mais como as músicas de rádio americanas. O album Running Wild foi lançado apenas nos EUA, teve pouca publicidade e recebeu terríveis críticas da própria banda. Seu próximo lançamento foi o VHS Play Dirty Live, em 1985, re-lançado em 2005 como Live From London em DVD.

Girlschool abriu shows para o Hanoi Rocks no Reino Unido, e embarcou com o Deep Purple em uma turnê americana. Ao fim das atividades de 1985, Jackie Bodimead deixou a banda e o contrato com a Mercury Records foi encerrado.

A banda decidiu voltar às origens e tocar como um quarteto, com apenas McAuliffe no vocal. Começando como ato de abertura de Blue Öyster Cult, elas decidiram que deveriam tocar o quanto pudessem e ganhar de volta seus fãs. Contando mais uma vez com a ajuda de Lemmy, elas entraram na GWR Records de Doug Smith. Com seu antigo produtor Vic Maile, começaram a gravar músicas novas. Seu primeiro lançamento foi o single I'm The Leader Of The Gang (I Am), uma colaboração com Gary Glitter.

O album Nightmare at Maple Cross marcou a volta do som pesado que a banda tinha em Hit and Run, mas não entrou nas paradas de sucesso do Reino Unido e foi lançado nos EUA apenas um ano depois. Gil Weston deixou a banda em janeiro de 1987 e foi substituida por Tracey Lamb, ex-Rock Goddess. Girlschool passou o resto do ano em turnê pelos EUA para promoção de seu album, aparecimentos em vários programas de TV, e uma turnê pela Europa com Mötorhead.

Em 1988, elas lançaram o album Take a Bite, que seguiu seu estilo clássico de Nightmare at Maple Cross. Elas então embarcaram em uma turnê com Gary Glitter pelo Reino Unido, uma turnê solo americana e uma turnê com Dio pela Europa, e finalizaram o ano com shows na União Soviética com o Black Sabbath. Ao voltarem da Rússia, Girlschool perdeu o contrato com a GWR Records e isso quase encerrou a banda. O gosto musical do público estava mudando em favor do grunge e extreme metal, e as bandas de New Wave britânicas ou encerravam suas atividades, ou voltavam à pequena escala.

Entre 1990 e 1991, Girlschool estava quase sem atividade como uma banda, mas McAuliffe, Bonacci, Dufort e Enid Williams, que retornava à banda, juntaram-se a Toyah Wilcox sob o nome de She-Devils, e mais tarde Strange Girls. A segunda formação substituiu Dufort por Lydie Gallais, mantendo-se em turnê entre 1991 e 1992. Strange Girls lançou apenas uma música, Lust for Love, que pode ser encontrada no album Take the Leap! de Toyah.

Girlschool voltou em 1992 com Jackie Carrera no baixo, e elas mesmas produziram seu novo album Girlschool, distribuído pela gravadora indie Communiqué Records. A transição da banda de volta para underground foi marcada pela sua baixa visibilidade, gravadora indie e sua dependência nos fortes shows que elas tocavam. Carrera deixou a banda depois de alguns shows europeus, marcando a volta de Tracey Lamb. Mais uma mudança ocorreu após uma turnê americana, com Bonacci deixando a banda para tornar-se produtora.

1993 marcou a volta de Kelly Johnson como guitarrista, que voltou à Inglaterra depois de nove anos em Los Angeles. A enorme quantidade de coletâneas de material antigo da banda sendo publicada dês de 1989 manteve a banda viva no mercado de discos e deu a elas visibilidade suficiente para garantirem shows internacionais em todo o mundo, normalmente como suporte de outras bandas de New Wave. Elas também marcaram presença em festivais de rock na Europa.

Em 1995, a Communiqué Records divulgou o album Girlschool Live, uma coleção de suas intensas performances ao vivo que incluiu duas novas músicas. A atividade da banda permaneceu fortemente ao vivo, culminando no Wacken Open Air de 1999. Elas haviam começado a gravar um novo album em 1998, mas a intensa rotina de shows não permitiu que fosse completado. Kelly Johnson deixou a banda novamente em 1999, seguida por Tracey Lamb no ano seguinte. Elas foram substituidas por Jackie Chambers e Enid Williams, a segunda que oficialmente retornava à banda após dezoito anos. Johnson e Lamb permaneceram amigas da banda.


21st Anniversary: Not That Innocent foi finalmente lançado em 2002, contendo músicas gravadas com a formação anterior e a nova. A influência americana está presente nas músicas devido à estadia de Kelly Johnson em Los Angeles.

Em 2003, elas voltaram ao estúdio para gravar a colaboração The Second Wave: 25 Years of NWOBHM com Oliver/Dawson Saxon e Tygers of Pan Tang, cada banda gravando cinco músicas. Em outubro do ano seguinte, Girlschool embarcou em uma turnê com Paul DiAnno e Tygers of Pan Tang para promover o album.

Com seus primeiro quatro albuns sendo re-lançados, Girlschool gravou Believe, lançado em 2004. A nova formação ficou equilibrada e boa, e Chambers teve participação em todas as composições. Ter duas vocalistas novamente também melhorou as partes vocais, principalmente no refrão das músicas. Infelizmente, o album não foi bem distribuído e ficou desconhecido para grande parte de sua potencial audiência. Uma turnê americana e européia se seguiu, e em 2005 o album foi re-lançado com um DVD contendo shows de 2000. No mesmo ano, Girlschool e Vixen juntaram-se para uma turnê no Reino Unido, e em novembro e dezembro elas tocaram novamente com Mötorhead para celebrar o aniversário de 30 anos da banda de Lemmy. Ainda em 2005, elas tocaram em festivais na Europa e foram o ato de abertura de Alice Cooper na Espanha.

Festivais de rock e metal tornaram-se uma constante para a banda, que participou de grandes festivais abertos na Alemanha (Headbangers Open Air 2006, Bang Your Head!!! 2007, Wacken Open Air 2008, Wacken Rocks 2009), França (Hellfest Summer Open Air 2009), Inglaterra (Hard Rock Hell 2007 e 2009, Bloodstock Open Air 2009), e os EUA (Power Box Festival 2007) além de festivais menores e turnês como ato de abertura de Heaven & Hell, Dio, Mötorhead, entre outros.

Em 15 de julho de 2007, Kelly Johnson faleceu devido a um câncer, depois de seis anos de tratamento intensivo. A banda fez um show em sua memória em agosto do mesmo ano, e um show para doar verbas ao tratamento de câncer.

O album Legacy, lançado em outubro de 2008, celebra tanto a memória de Kelly quanto os 30 anos de Girlschool, tornando-as a banda feminina com mais tempo de duração de todo o mundo. O album conta com a colaboração de membros de Heaven & Hell, Twisted Sister e Mötorhead tanto na parte vocal quanto instrumental. O album foi amado pelo público e pelos críticos, e distribuído no mundo inteiro.

As integrantes do Girlschool também colaboraram com Doro Pesch no single Celebrate, de 2008, e no mesmo ano Jackie Chambers e Enid Williams subiram ao palco com Doro para celebrar os 25 anos de sua carreira. Em 2010, elas embarcaram em uma turnê pela Europa com Anvil, e re-gravaram seu album Hit and Run, lançado em 2011 como Hit and Run - Revisited. Girlschool ainda é uma banda ativa.

Mesmo sem serem ativamente envolvidas em movimentos feministas, o fato de Girlschool ser uma banda feminina forte, influencial e de sucesso em um estilo dominado por homens tornou-as uma enorme influência nos círculos de música feminista, até no movimento Riot Grrrl.

Ouvintes e críticos também associam novas bandas femininas de metal à música de Girlschool, identificando a banda com o mesmo poder de influência de The Runaways.

0 comentários:

Postar um comentário